Faz tempo que não falo de mim em uma publicação. Esse foi o objetivo inicial desse blog, por isso o anonimato (que já se foi). Iniciei ele para saber o que fazia eu ter tanto tédio e falta de interesse em existir no mundo.
Fase que passou.
O que sobrou de tudo isso são pequenas coisas que tenho que ajustar. Talvez uns horários, talvez varrer a casa com mais frequência, ir mais a lugares arborizados.
Talvez eu devia ir a um psicólogo. Tenho que beber mais água, aliás.
Tenho pensado que o que não fazemos diz mais sobre nós do que qualquer outra coisa.
Os "nãos" que damos ao longo do dia são a parte mais importante do molde da nossa personalidade. A recusa é a resistência cotidiana. Não ceder, não ser igual, não participar disso ou daquilo é tudo muito difícil. Por isso tanta gente, que inclusive você que lê aqui deve conhecer alguém, está sempre dizendo "sim" e sendo o que você nunca seria na vida.
Eu tenho muito orgulho de mim, de ser independente, de ser honesta comigo e com quem eu gosto e das decisões que eu tomo e principalmente de não depender da aprovação alheia. Mas tem dias que essa pressão me derruba. Hoje eu acordei melhor, mas ontem eu tava um lixo. E eu sei o que eu sentia: medo. E sinceramente, tem dias que não sei lidar.
Pequenos gestos dos outros, cheiros, pessoas, podem me trazer lembranças, não de um acontecimento, mas de sensações sabem? Eu não sei explicar direito.
Essas idas e vindas que dou nos meus passados me privam de ver o que tem a minha frente, me deixam triste e fazem eu me sentir menor do que eu sou.
Venho aqui me expressar porque só consigo fazer isso escrevendo e, por vezes, dividir o que a gente sente pode ajudar alguém.
Não tenho solução (AINDA) para isso que falei, seja lá que o isso seja.
Não quero ser aprisionada nessa luta sem inimigos, estagnada, porque eu ia perder todo dia. Eu ia ser incapaz de ir em frente, incapaz de pensar por mim mesma.
Só espero que eu não me esqueça que já superei todos os meus piores dias e que hoje eu sou mil vezes mais forte que ontem.
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