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quinta-feira, 12 de maio de 2016

O conhecimento que não é compartilhado.

                 


                Eu me interesso muito por ciência, tecnologia e história. Gosto de Física, Matemática e Biologia, apesar de não ser tão boa em nenhuma das três, leio constantemente sobre esses assuntos. A cada livro lido ou documentário que eu assisto eu percebo o quanto é pouco o nosso conhecimento sobre o que a humanidade pode e o que ela não pode fazer e onde ela foi e para onde ela vai. Não venho aqui falar de tecnologias tolas e fúteis como desses celulares idiotas que lançam mês a mês e não mudam quase nada uns dos outros. Essa tecnologia do consumo não me interessa. Isso não é ciência nem avanço tecnológico. Afinal a tecnologia implantada nesses aparelhos é a mesma com mudanças sutis de interface ou serviço. Isso não passa de consumismo! São as marcas comprando você ao invés do contrário, como muita gente pensa. E sobre história, convenhamos, ela só é contada por quem tira proveito dela.
                          Desde o nosso início de nosso aprendizado externo (fora do ciclo familiar), na escola, somos condicionados a aprender para produzir. Somos preparados para o tal mercado de trabalho, para fazer alguma coisa e ganhar dinheiro com isso. Não percebemos o espaço que nos rodeia, quem somos, quais nossas raízes e nossas aptidões. Dificilmente entendemos nossa cultura e por quê ela é isso ou aquilo.
Meu professor de Física do ensino médio uma vez me disse que tinha uma aluna talentosa em desenho mas infelizmente ela está a beira de ser reprovada porque não consegue executar as fórmulas corretamente mesmo ela sendo muito inteligente e criativa e apesar de ser professor ele não concordava com o sistema educacional por conta de coisas injustas como essa.
Se somos bons em desenhar isso não importa, afinal você tem que ser bom mesmo é nas matérias curriculares e desenho, geralmente, não está nela.
Usando esse caso do meu professor (ex-professor) como exemplo, me vem a pergunta: Que tipo de relação com a educação essa aluna vai ter se ela é obrigada a saber de uma coisa que não faz parte do mundo dela? O que ela vai aprender com isso, tendo em vista que ela não vai conseguir se relacionar com o aprendizado?


                      Todos os que passaram pelo ensino fundamental e médio contribuíram para o sistema de ensino que, segundo alguns docentes, é o mesmo desde o século XVIII. Eu passei por esse sistema e por muitos anos sem questioná-lo. Acredito que poucas crianças o questionam, isso começa mesmo no ensino médio quando se há um contato maior com outras ciências além das de exatas e línguas.
Geralmente, disciplinas que buscam desenvolver o raciocínio, ou que tentam ensinar outros idiomas e etc possuem até tempo reduzido de aula. Enquanto se estuda matemática incontáveis vezes na semana, literatura, filosofia, idiomas, artes, sociologia é uma vez na semana por 45 minutos ou simplesmente nem são ensinadas em algumas escolas. Outro detalhe é que essas disciplinas legais que estudamos pouco e disciplinas legais que estudamos muito proporcionalmente são transmitidas  aos alunos de modo totalmente defasado. Precisamos mesmo estudar trigonometria repetidas vezes da extinta 8ª série ao 3º e ultimo ano do ensino médio? Ou o verbo To be a vida inteira?
Quando eu cheguei na faculdade, falei dela aqui, tive uma disciplina de Sociologia. Quando meu professor perguntou para que serve a sociologia muita gente veio com a resposta pronta "para estudar a sociedade" e ele continuou "de que forma?" Lembrei dos 4 anos em que tive essa disciplina como obrigatória e do início clássico dela a cada ano: "Pergunta: O que estuda a Sociologia? Resposta pronta: Estuda a sociedade!"
Descobri na faculdade que a sociologia foi criada para estudar o impacto do capitalismo na sociedade e como ela se desenvolveria a partir dele, que era o novo modelo econômico proposto. Precisei entrar numa maldita universidade para saber de uma definição boba dessas?? Que lixo de educação faz com que em 4 anos uma pessoa não possa aprender isso?
De história do Brasil, o que é que você, através da escola em que estudou ( não incluir aqui estudos pessoais) sabe além do que uma criança da 5ª serie do fundamental I sabe? Nada? Que foi Pedro ou Zezinho que chegou aqui e foi catequizar e foi dividir e bla bla bla bla... LIXO! Tudo lixo sem utilidade prática. Qual a origem da cultura do seu estado? Dos ditados populares? Da política? Da má administração pública? Quais coisas poderiam ser mudadas? O que nunca foi tentado antes? E o que foi? Você sabe? Não?

                 O título desse texto vem com a premissa de que o que é útil para que alguém seja empreendedor de si mesmo, altruísta e desenvolva seu ambiente de modo positivo não é compartilhada às massas, à maioria da escola pública, na TV  que é o meio de comunicação mais forte do país e mais baixo também e nem em nada que seja de acesso popular porque isso não formaria pessoas sem conhecimento político, sem conhecimento em história do Brasil. Não formaria a mão de obra que vê na sua cara os seus direitos serem violados dia após dia e nada o faz porque "emprego tá difícil".
A educação robótica não está relacionada a quem pode ou não pagar para estudar. A educação robótica é o elemento formador na opinião da população que mais na frente vai votar não sei pra quê e trabalhar na sociedade a qual faz parte e é definidora do tipo de opinião que essa sociedade vai ter.
A educação pública é para formar os futuros elementos do mercado de trabalho salário-mínimo. E a particular é para ganhar dinheiro. Eu sei bem. Fui das duas realidades. E ambas são mecanizadas
A escola particular faz os alunos passarem no vestibular. Virarem propaganda no outdoors com os dizeres " num-sei-quantas aprovações em medicina" ou "1º lugar e bla bla bla" e serem os novos advogados e médicos e psicólogos da cidade. A educação, seja ela pública ou privada nunca vai ser uma prioridade em países como o nosso porque ela é uma ameaça ao controle social.
Não é à toa que os países que possuem escolas diferenciadas e não restringem a educação as formas mecanizadas de ensino são as que possuem as maiores comunidades livres/anarquistas  no mundo com exemplo o Canadá ou a Dinamarca. Chega ser um paradoxo: países de 1º mundo capitalistas com grandes comunidades anarquistas.
A educação deveria formar pessoas livre para trabalharem ou não no que queiram. Para criar e não imitar. Para desenvolver  ideias novas, tecnologias novas ao invés de mecanizada e deprimente repetindo sempre as mesmas idiotices sem sentido e sem utilidade com sistemas repressivos de presença e de uniformidade. Vivemos em um mundinho muito pequeno mesmo. Muito medíocre. Tudo é muito exclusivo, muito fechado, muito mal contado.








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