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quinta-feira, 20 de maio de 2021

Levamos um mundo novo dentro de nós.

 

Todos os dias eu penso sobre minha vida. Faço avaliações, cálculos, meço o meu desempenho. Seja trabalhando, lendo ou vendo Arquivo X. Eu adoro números.
Faz muitos meses que não escrevo para desabafar. Não queria vir aqui contar coisas ruins ou fazer minha vida parecer interessante pelos percalços.

Há uns meses atrás, no início da pandemia em março de 2020, eu estava com uns problemas no corpo (ele inchava todinho, até as minhas mãos) e fui em todo tipo de médico. Fui parar em um metabolista que disse que meu problema estava na cabeça e que eu tinha uma ansiedade muito forte e me receitou um remédio. 
Nunca me senti tão triste tomando um medicamento como me sentia tomando este. Matava meu entusiasmo, minha criatividade, me dava sono, me fazia errar contas básicas de matemática e tirava a minha vontade de comer. Ou seja, anulava totalmente meus sentimentos e coisas que são partes do meu dia. 
Depois de dois meses, joguei ele fora hoje. Não terminei, não havia como. Eu sou uma pessoa ligada no 220w e isso não é um problema para mim. Minha ansiedade não é por causa disso. Foi ótimo jogar ele no lixo. A sensação de se libertar de uma corrente. 

Eu gosto de controlar tudo o que está ao meu alcance (e que seja sobre mim, óbvio). 
Às mulheres isso é sempre considerado nocivo. Ser cheia de opinião, querer fazer tudo, querer controlar tudo. Isso não é feminino. E eu não tô nem aí, inclusive. ^^ 
Se eu fosse viver o que esperam de mim, realmente eu seria a pessoa mais infeliz da galáxia.
O que me faz feliz são sempre as coisas bobas de sempre. As mesmas banalidades corriqueiras como tomar café em silêncio ou olhar meu rosto por muito tempo no espelho, ou ler sobre anarquismo e liberdade individual e também as poesias do Eduardo Galeano. Ou seja, expressões silenciosas que ao mesmo tempo fazem um som ímpar.

Escrever é sempre a melhor forma de expor o que eu sinto, afinal, quem me conhece pessoalmente sabe como eu sou maluca falando (risos)
Nesses tempos de silêncio no blogger e pandemia global e pandemia brasileira e descaso social eu tentei (mais uma vez) resolver as coisas me colocando em silêncio. E meu silêncio (como uma forma de anulação) vem em diversas formas, como por exemplo, futilidades virtuais, procrastinação, preguiça, cozinhar alimentos rápidos e caipirinhas. (a última é meu esporte preferido).
E foi útil, aprendi umas coisas.

Mas a principal coisa que aprendi foi a aceitar quem eu sou. Aceitar que sou muito emotiva, gosto de me comunicar, de abraçar, de chamar meus amigos para almoçar comigo e de interagir com as pessoas sem me preocupar com nada além do que estamos conversando ou fazendo.  Eu sempre falei sobre aceitar quem você é e aceitar o que você gosta mas eu mesma levei muito tempo para me perceber. Esse processo de lapidação é muito pessoal e tem que ser intuitivo. Não adianta que te digam, inclusive não importa o que te digam. É como você se percebe que conta.




Nossos corações são feitos de tudo o que ousamos viver.

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