Páginas

Translate - Tradutor

terça-feira, 7 de junho de 2016

Artigo: Feminismo e anarquismo nos anos 1920 um diálogo entre Rachel de Queiroz e Maria Lacerda de Moura por Natalia Guerellus

Estava lendo pela internet alguns artigos sobre anarcafeminismo e posteriormente sobre anarquistas brasileiras e acabei me deparando com um artigo escrito por uma doutoranda em História Social da Cultura chamada Natália de Santanna Guerellus. Eu não faço ideia de quem seja essa pessoa (desculpe) mas adorei o artigo e gostaria de elogiar a escritora pessoalmente. As 13 páginas foram cuidadosamente bem escritas e o artigo é extremamente claro e descritivo, apesar de curto, principalmente ao descrever as protagonistas do diálogo: Raquel de Queiroz, em sua juventude bastante ativa  e Maria Lacerda de Moura, já protagonista no anarquismo e na emancipação feminina da época bem como o cenário a qual ambas estão inseridas.
Ler sobre a Raquel de Queiroz na juventude só me fez perceber o quanto era aguçado o seu talento para escrever e se expressar e para indagar as pessoas com seu senso crítico. Vinda de uma família abastada e com intelectuais e políticos, Raquel possuía incentivo, principalmente por parte de sua mãe, a dedicar-se a literatura. Já Maria Lacerda não vinha de uma família privilegiada e muito menos de intelectuais.
Também por opção dedicou-se a ser professora e a escrever várias obras questionando a escravidão social a qual a mulher estava submetida. Naquele período, ela era uma importante voz que podia ser ouvida em palestras e conferências nas quais participou várias vezes como destaca o trecho do artigo abaixo: 

"Se Rachel tinha apenas dezessete anos quando convidou Maria Lacerda de Moura para escrever sobre suas últimas reflexões no jornal O Ceará, esta escritora, nascida em 1887 na fazenda Monte Alverne, município de Manhuaçu, Minas Gerais, já era reconhecida em vários estados brasileiros como uma das mais importantes vozes do anarquismo no centro-sul. Entre 1919 e 1935 podia ser lida e ouvida através de palestras e conferências em lugares como Juiz de Fora, Santos, Sorocaba, Barbacena, São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Rosário (LEITE, 1984: VII/VIII), além de ser constantemente lida na imprensa.  "
Gostaria de falar sobre ambas mas não tenho conhecimento o suficiente, continuarei, portanto, lendo os textos e se possível alguma obra mais completa.
O artigo faz um questionamento, ao final, relacionado a um personagem do livro O Quinze de Raquel de Queiroz. Caso alguém tenha lido gostaria de saber se esse questionamento condiz com a realidade.
Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

________________________________________________________________________________



[...] enquanto eu estiver no gozo das minhas faculdades mentais e dentro do equilíbrio das ideias em harmonia com o meu caráter, enquanto a minha consciência for o meu único juiz, a benção de luz da minha vida interior – a resposta ao despeito, ao fanatismo, ao sectarismo, ás injurias, ás calunias, será continuar a pensar e a viver nobremente a coragem excepcional de dizer, bem alto, o que penso, o sinto, o que sonho, embora toda a covardia do rebanho humano apesar dos escribas e fariseus da moral social. As minhas armas são os meus sonhos, é a minha vida subjectiva, é a minha consciência, a minha liberdade ética, é essa harmonia que canta dentro de mim, e toda a minha lealdade para comigo mesma; e eu não maculo a minha riqueza de vida, o meu tesouro interior, envolvendo-o na mesquinhez e na perversidade das leis dos homens ou misturando-o com dinheiro, essa cousa horrível que corrompe as consciências mais convencidas da sua fortaleza inexpugnável, e as escraviza, acorrentando-as à gehenna do industrialismo, as chocar-se umas contra as outras na engrenagem sórdida da exploração do homem pelo homem. (O Combate de 1928 - Maria Lacerda de Moura) Fonte

3 comentários:

  1. Foda foda foda! Eu tinha um certo preconceito com Raquel na infância, mesmo sendo "vizinha de cidade" dela. Eu não entendia o por que, eu só não gostava, sabe? Mas quando você se vê feminista começa a questionar posições anteriores e percebe o quanto era machista sua opinião. Eu tinha preconceito com Raquel por ela ser mulher. Tanto que li O Quinze, mas não lembro bulhufas!

    Eu fiz um projeto de leitura que logo logo vou começar a colocar em prática, e um dos meus temas era um livro escrito por mulher. Esse seu post me fez decidir qual o livro vai ser: O Quinze. Muito muito obrigada, mesmo sem querer você me ajudou muito! Quando eu terminar de ler, vou vir aqui no seu blog e achar o artigo pra ler e ver o questionamento.

    Muito obrigada pela visita no meu blog, teu comentário foi muito bom de ler! Fiquei feliz de não ser a única com esse pensamento!

    Obrigada pelo carinho, pela "dica" de livro e pela visita! Teu blog já tá nos meus favoritos e pra mim vai ser uma honra te acompanhar!

    P.s.: vou seguir teu blog quando eu tiver no PC :)

    Beijão e obrigada!
    www.vultuspersefone.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. :D Quem ficou feliz fui eu com esse com comentário! Poxa, ver essa desconstrução e a construção em ti me deixou feliz demais e de bônus lhe incentivar em algo! Quero muito ver seu projeto de leitura! Poxa vida!! hahaha já comecei meu dia feliz!
      Beijo e Abraço da Jehssy! ^^

      Excluir
  2. Foda foda foda! Eu tinha um certo preconceito com Raquel na infância, mesmo sendo "vizinha de cidade" dela. Eu não entendia o por que, eu só não gostava, sabe? Mas quando você se vê feminista começa a questionar posições anteriores e percebe o quanto era machista sua opinião. Eu tinha preconceito com Raquel por ela ser mulher. Tanto que li O Quinze, mas não lembro bulhufas!

    Eu fiz um projeto de leitura que logo logo vou começar a colocar em prática, e um dos meus temas era um livro escrito por mulher. Esse seu post me fez decidir qual o livro vai ser: O Quinze. Muito muito obrigada, mesmo sem querer você me ajudou muito! Quando eu terminar de ler, vou vir aqui no seu blog e achar o artigo pra ler e ver o questionamento.

    Muito obrigada pela visita no meu blog, teu comentário foi muito bom de ler! Fiquei feliz de não ser a única com esse pensamento!

    Obrigada pelo carinho, pela "dica" de livro e pela visita! Teu blog já tá nos meus favoritos e pra mim vai ser uma honra te acompanhar!

    P.s.: vou seguir teu blog quando eu tiver no PC :)

    Beijão e obrigada!
    www.vultuspersefone.blogspot.com

    ResponderExcluir